sexta-feira, 7 de março de 2008

Os laços invisíveis

Um sonho de geometria e clareza, um cristalino edifício de omnipresente geometria. O delírio das formas naturais, vegetais e orgânicas. Uma flor que se transforma numa criança luminosa e esta numa madrugada sublime (Philip Otto Runge). A luz matinal e a fantástica floração. O fascínio de um orgão na sua sombria perfeição funcional. Uma minúscula flor é igual ao céu, tem a mesma organização estrutural, a mesma luxuosa simetria

O Edifício possui a consciência das estruturas de tensão, linhas de força e suspensão. Ele é um corpo estranho, hibrído, belo e luzidio, mineral, orgânico, seco, vegetal, mutante, uma natureza cristalizada, um corpo sexual definido por tensões simétricas, leves e resistentes, como uma flor ou um esqueleto. Uma estrutura orgânica que se ordena numa lógica de tensões e forças seguindo secretos desenhos de filamentos de violência pura.

Saber ver, saber ler, saber ouvir. saber não saber nada. A mais pequena flor representa um pensamento.



(bocadinhos de texto roubados a "O silêncio de...", de Rui Chafes
música: Blume, de Einsturzende Neubauten)

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